Cerca de 50 mil pessoas participaram do ato público contra a anistia aos golpistas e a PEC da blindagem, realizado na manhã do último domingo (21), no centro de Belo Horizonte. O evento teve início às 9h, na Praça Raul Soares. Por volta das 11h, os manifestantes seguiram em passeata até a Praça da Estação, com parada na tradicional Praça Sete.
Organizado pelas centrais sindicais, dentre elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e entidades sociais, como a Frente Brasil Sem Medo e a Frente Brasil Popular, o ato público contou com a participação de sindicalistas, políticos de esquerda, trabalhadores, populares e artistas, como a cantora Fernanda Takai, vocalista da banda Pato Fu.
O SAAEMG apoiou a manifestação, que foi acompanhada por dirigentes e funcionários da entidade. Para o secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da CTB Minas e diretor de Infraestrutura do Sindicato, Ricardo Rocha Silva, o povo brasileiro fez história com as manifestações ocorridas em todo o Brasil.
“São momentos que, certamente, vão repercutir bastante e entrar para os livros de história. Mais uma vez, o povo brasileiro precisou se unir, sair às ruas e gritar bem alto para o Congresso ouvir e começar a trabalhar pelo bem da coletividade”.
Segundo ele, infelizmente, muitos congressistas não têm honrado os votos que receberam dos eleitores, ao propor e aprovar pautas tóxicas, contrárias aos interesses da população.
“É preciso que os deputados federais e senadores pautem assuntos e proponham projetos que contemplem o povo brasileiro e a classe trabalhadora, como o fim da escala de trabalho 6×1 e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, entre outros assuntos voltados para a melhoria da vida de todos os brasileiros, principalmente da parcela menos favorecida”, exemplifica Ricardo Rocha.
Ele ressalta que projetos que defendem a anistia para os golpistas de 8 de janeiro de 2023 e a PEC da Blindagem, além de não ajudarem em nada a população, representam um grave retrocesso para o país.
“O povo brasileiro não aceita golpista e nem que bandidos travestidos de deputados e senadores sejam acobertados por seus pares e vivam impunemente, mesmo tendo cometido crimes antes ou durante o mandato. Não é esse tipo de representante que a sociedade quer e nem o papel que o Congresso deve desempenhar”, afirma o diretor do Sindicato.
A funcionária do Sindicato Penha Viana, que há anos participa de atividades e manifestações em defesa da classe trabalhadora e do país, avalia que o ato público do último domingo foi um dos maiores e mais importantes realizados nos últimos anos na capital mineira.
“Foi uma manifestação animadora, pois demonstrou que não são apenas os movimentos sindical e sociais que estão atentos aos desmandos que vêm ocorrendo no país. Felizmente, muitos populares voltaram às ruas e disseram ao Congresso Nacional que ele foi eleito para representar o povo, e não para atender a seus próprios interesses. Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”, enfatizou.
Manifestações tomaram conta do país
Além de Belo Horizonte, milhares de pessoas ocuparam as ruas das capitais e principais cidades do país. Em São Paulo, o ato teve como palco a Avenida Paulista, onde uma enorme bandeira brasileira foi aberta. A manifestação contou com a presença de artistas como Marina Lima, Otto e Leoni.
No Rio de Janeiro, importantes lideranças políticas e sociais discursaram na praia de Copacabana. Artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Djavan cantaram no ato da capital fluminense.
Em Salvador, dentre os artistas, participaram da manifestação o ator Wagner Moura, que discursou ao lado de Daniela Mercury.
Repercussão na internet
O peso da crítica às duas propostas legislativas também foi grande nas redes sociais, superando as menções relativas ao Sete de Setembro. De acordo com a Palver, empresa especializada em monitoramento do ambiente virtual e que acompanhou mais de 100 mil grupos de WhatsApp, até o início da noite de domingo, a cada 100 mil mensagens trocadas, 865 faziam referência aos atos, contra 724 durante as mobilizações da direita duas semanas antes.
Ao se manifestar sobre os atos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva traduziu bem o sentimento das ruas, o que fez com que a direita sentisse ainda mais o peso de suas posições: “Estou do lado do povo brasileiro. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro”.
SAAEMG: Somos Trabalhadores. Somos Educadores.





