Milhares de trabalhadores, populares e dirigentes sindicais participaram das manifestações realizadas pelas centrais sindicais, movimentos sociais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, neste domingo (7), Dia da Independência do Brasil.
As manifestações foram realizadas em todas as capitais brasileiras e principais cidades do país. Em Belo Horizonte, o ato público foi na Praça Raul Soares, no centro da Capital.
Este ano, os protestos, como o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas, tiveram como temas centrais a luta por um país mais justo, democrático e independente, com atenção especial aos direitos da classe trabalhadora e à defesa da soberania nacional; e a defesa do Plebiscito Popular 2025 pelo fim da escala da 6×1, aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
Os manifestantes também de posicionaram contra a anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado e do vandalismo a prédios públicos em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, e contra a articulação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que buscam aprovar, no Congresso Nacional, projetos de leis pela anistia ampla e irrestrita aos condenados no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas – a expectativa é de que o ex-presidente seja condenado pelo Supremo já na próxima semana.
Além disso, nos atos públicos, em todo o país, houve protestos contra as agressões e o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil, estimulado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de livrar o pai da prisão.
“O Brasil jamais será colônia”
Durante ato público em São Paulo, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, fez um discurso inflamado, resgatando o simbolismo histórico da Independência do Brasil e relacionando-a à luta da classe trabalhadora no presente.
“O Brasil não é colônia, jamais será colônia. Há 203 anos, nas margens do Ipiranga, ecoava o brado retumbante de um povo que não aceitava a condição de submissão a Portugal. O grito de liberdade, independência ou morte, espraiou por todo o Brasil e segue atual”.
Araújo destacou a participação decisiva das mulheres e dos povos negros e indígenas na luta por liberdade. “Foi com a bravura das heroínas Maria Felipa, Maria Quitéria e Joana Angélica, e a resistência dos povos negros e indígenas, que se consolidou a nossa independência”.
O dirigente relacionou o contexto histórico à conjuntura internacional e à solidariedade entre povos. “O pano de fundo desse centro imperialista é a grave crise geopolítica. Os Estados Unidos investem belicamente, interferindo na autodeterminação de povos e nações. Neste 7 de Setembro, é fundamental expressarmos solidariedade: Palestina livre”.
Ao abordar a situação econômica e social do país, Adilson defendeu medidas para melhorar a vida da classe trabalhadora. “As empresas estão lucrando desavergonhadamente. É preciso reduzir a jornada de trabalho para gerar mais empregos. Ao mesmo tempo em que isentamos até R$ 5 mil no Imposto de Renda, temos que enfrentar o demônio da escala 6×1”.
Ele criticou a política de juros altos e a concentração de renda, apontando consequências para investimentos e consumo familiar. “Uma taxa de juros de 15% é indigesta. Maltrata a economia, impede os investimentos, retrai o consumo das famílias. Se queremos viver melhor, vestir nossas famílias, viajar, precisamos nos rebelar contra o atraso e ditadura do imperialismo”.
Encerrando seu discurso, Araújo reafirmou a importância da luta por um país soberano e justo. “O Brasil tem que se revelar, contra o atraso, contra o imperialismo e afirmar: Brasil soberano, eternamente soberano. Viva a luta da classe trabalhadora e do povo brasileiro”.
Fontes: SAAEMG, com informações do Portal CTB e da Contee.