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Categoria rejeita proposta dos patrões de reduzir bolsas de estudos para os cursos de medicina

Durante assembleia híbrida (presencial e online) realizada no último sábado (27/04), no Sindicato, os auxiliares de administração escolar de Minas Gerais rejeitaram a proposta patronal de reduzir o percentual do benefício de bolsa de estudo de medicina, limitando o desconto a 50%. A proposta inclui, também, reduzir o número de associados a serem beneficiados reduzindo de 2% para 1% do total de alunos.

Por que o filho do pobre não pode estudar medicina? Não vamos aceitar que retirem direitos da categoria que foram conquistas depois de muita luta. Hoje é o curso de medicina. E amanhã, qual será? Ou resistimos agora ou depois pode ser tarde demais.

Por outro lado, a categoria aprovou o reajuste salarial, com ganho real, de 3,57% para os três primeiros pisos salariais.

Veja abaixo as propostas que foram aprovadas e rejeitas pela categoria:

Propostas aprovadas por maioria:

  • Reajuste salarial de 3,40% para a categoria
  • Reajuste salarial de 6,97% para os três pisos salariais

1 piso – R$ 1.375,62 para R$ 1.471,50 (+R$ 95,88)

3% em janeiro de 2025 – R$ 1.515,64

2 piso – R$ 1.437,16 para R$ 1.537,33 (+R$ 100,17)

3 piso – R$ 1.561,45 para R$ 1.670,28 (+R$ 108,83)

Propostas rejeitadas por maioria por trazerem grandes prejuízos para a categoria:

  • Bolsas de medicina – Redução para 1% do número de alunos do curso (hoje é 2% do número de alunos) e limite de  50% do benefício para o próprio estabelecimento. (hoje o mínimo é 50%, podendo chegar até a 100%).
  • Bolsas de estudos outros cursos – 2% do próprio estabelecimento por curso/turno e 1% do número de alunos por curso/turno. Hoje é 2% do número de alunos em próprio estabelecimento e 1% em outro estabelecimento, sempre considerando o percentual por estabelecimento de ensino.
  • Educação básica – Distribuição de bolsas privilegiando o associado do próprio estabelecimento – Exaurir o percentual de bolsas para pedidos em próprio estabelecimento. Após isso, distribuir o que sobrar, se sobrar, para associados de outra escola. 

O SAAEMG tem tentado, de todas as formas, negociar com os patrões para assinar um acordo justo para os trabalhadores. Infelizmente, os donos de escolas se mostram cada vez mais indiferentes aos anseios da categoria.

O SAAEMG não economiza esforços para defender os direitos da categoria. Para isso, é preciso que os trabalhadores e trabalhadoras estejam unidos neste momento para que não haja mais retrocessos de direitos conquistados. Ressaltamos que não está descartada a convocação de uma greve geral, conforme sugerido na própria assembleia.

“Foi muito gratificante ver nossa assembleia cheia, com uma grande adesão da categoria, participativa e produtiva. A participação neste momento é muito importante. As pessoas estão acordando para a realidade, querem participar do Sindicato para decidir o futuro da categoria”, diz a presidenta do SAAEMG, Carolina Andrade dos Santos.

As negociações continuam e novas reuniões entre o SAAEMG e o sindicato patronal (Sinepe-MG) ocorrerão para tentar chegar a um denominador em comum. Até lá, a categoria deve seguir mobilizada e atenta aos desdobramentos das reuniões.

É preciso agir

Bertold Brecht (1898-1956)

Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho meu emprego

Também não me importei

Agora estão me levando

Mas já é tarde

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo

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