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Golpe militar completa 60 anos no Brasil

No dia 31 de março de 1964, militares golpistas da época derrubaram o presidente eleito João Goulart e implantaram uma ditadura sangrenta no país que durou 21 anos. Um levantamento da Comissão Nacional da Verdade revela que 191 brasileiros que lutaram em defesa da democracia foram assassinados e 210 estão desaparecidos até hoje. Apenas 33 corpos foram localizados, totalizando 434 mortos e desparecidos.

Por que os militares derrubaram o presidente João Goulart?

João Goulart, conhecido também como Jango, defendia as chamadas Reformas de Base – um conjunto de medidas que tinham como objetivo diminuir a desigualdade social no país. Entre as principais reformas estavam a agrária, educacional, eleitoral e tributária. As reformas de base tinham o apoio dos trabalhadores e das centrais sindicais, mas desagradavam as elites econômicas e também alguns setores conservadores da sociedade brasileira.

A reforma agrária, por exemplo, pretendia distribuir 1 milhão de lotes com título de propriedade para pequenos agricultores às margens das rodovias federais para facilitar o escoamento da produção alimentar.

Já a reforma educacional defendia o aumento de escolas públicas, a autonomia universitária e o combate ao analfabetismo.

A reforma eleitoral propunha dar ao analfabeto o direito de votar nas eleições e participar da vida política.

A reforma tributária tinha como meta corrigir as desigualdades sociais na distribuição dos deveres entre ricos e pobres, patrões e empregados.

Antes de ser deposto, Jango discursou no dia 13 de março de 1964 para cerca de 200 mil pessoas na Praça da Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Esse foi o último comício histórico do presidente. Segundo historiadores, essa mobilização popular aumentou a ira dos militares contra João Goulart. Sem condições de resistir ao golpe, Jango exilou-se no Uruguai depois de deixar Brasília no dia 1.º de abril de 1964.

Autoritarismo

Não havia participação popular durante a ditadura militar. Uma vez no poder, os militares governavam por meio de medidas autoritárias. Eram os chamados Atos Institucionais (AI). O pior deles foi o AI-5. Publicado em 1968 durante o governo Costa e Silva, o AI-5 conferia ao presidente poderes ilimitados como prender opositores, demitir funcionários públicos e suspender direitos políticos. Tudo isso sem qualquer exame do Judiciário. Meios de comunicação contrários ao regime foram censurados e o Congresso Nacional foi fechado.

A luta de sindicatos de trabalhadores, universidades, igrejas e parte da imprensa pela redemocratização do país fez efeito e a ditatura militar teve fim em 1985 no governo de João Batista Figueiredo.

Há pouco mais de um ano, porém, no dia 08 de janeiro de 2023, uma onda de violência na Praça dos Três Poderes, em Brasília, trouxe de volta o temor de mais um golpe de Estado. Durante o último governo, aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns militares se reuniram para pensar a nulidade das eleições presidenciais de 2022 e implantar outra ditatura militar no país.

Ditadura, nunca mais!

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