Dois meses após sua realização, o seminário “União Classista”, promovido pela Federação dos Sindicatos dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (FESAAEMG), entre os dias 18 e 20 de outubro, em Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ainda chama a atenção pela qualidade de suas palestras.
Durante três dias, dirigentes e trabalhadores do SAAEMG e das demais entidades representativas da categoria tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais sobre a “Origem e história do movimento sindical”, “Concepções sindicais e o papel do sindicato”, “Direitos sindicais e trabalhistas” e os “Desafios atuais do movimento sindical”.
Os temas foram explanados por palestrantes como a secretária nacional de Mulheres da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Celina Arêas; os dirigentes da CTB Minas Wagner Ribeiro e Rodrigo Rodrigues Ferreira; o coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis, e o assessor da entidade, José Geraldo de Santana (foto).
O objetivo da Federação com a realização do seminário foi formar e capacitar os dirigentes e empregados das entidades representativas dos Auxiliares de Administração Escolar para as lutas da classe trabalhadora.
Realidade brasileira estreita a representação sindical
Em sua fala, José Geraldo Santana disse que o movimento sindical dos trabalhadores vive hoje o maior desafio de sua história: incluir na sua representação os empregados com e sem carteira assinada, os autônomos, os que trabalham como pessoa jurídica (PJ) e todos aqueles que não estão sendo representados e nem contam com proteção social, como os desempregados.
“Todos precisam ser incluídos, para que os sindicatos possam, efetivamente, representar o conjunto da classe trabalhadora no Brasil. Infelizmente, a realidade brasileira a cada dia estreita mais a representação dos sindicatos, que hoje está restrita a quem tem carteira assinada”, afirmou.
Segundo Santana, atualmente, menos da metade do total de trabalhadores brasileiros tem carteira assinada. Ou seja, de uma força de trabalho de 109,8 milhões de trabalhadores, somente 38,6 milhões atuam no mercado formal.
“Isso significa dizer que os sindicatos precisam mudar sua atuação e seus estatutos para incluir todos aqueles que participam do mundo do trabalho. Como bem disse o Papa Francisco, ‘o sindicato é a voz de quem não tem voz’”, enfatizou o assessor da Contee.
Compreender o passado para projetar o futuro
Na avaliação de Rodrigo Rodrigues Ferreira, o seminário foi muito rico, pois possibilitou aos participantes entender e compreender um pouco mais sobre a história, sob a ótica da trabalhadora e do trabalhador. De acordo com ele, compreender a história da classe trabalhadora ao longo dos tempos nos permite refletir sobre o que passamos e projetar um futuro melhor.
“Em todos os períodos da história, pudemos verificar que nada chegou de graça, por acaso. Tudo é resultado de muita luta e união da classe trabalhadora, e depende de nós avançarmos no presente. Por isso, é muito importante estudar e compreender o passado, para traçarmos metas para o presente e construirmos um futuro mais promissor”.
Participação dos trabalhadores é fundamental
Wagner Ribeiro ressaltou que a realização de encontros de formação, como o seminário promovido pela FESAAEMG, é uma iniciativa muito importante para os trabalhadores da base.
“Além de debater temas como a história do movimento sindical, concepções sindicais e o pensamento do movimento ao longo da história, nos reunimos para apontar soluções a fim de tirarmos os sindicatos da crise e para que os próprios trabalhadores e dirigentes das entidades filiadas à FESAAEMG pudessem apresentar saídas para a melhoria dos sindicatos em que atuam”, disse.
Para ele, a solução dos problemas que o movimento sindical enfrenta no momento passa pela participação do próprio trabalhador. “É importante os trabalhadores dos sindicatos estarem inseridos nesse projeto, participando e contribuindo. Somente com a unidade e pluralidade de ideias dos trabalhadores teremos como contribuir para a melhoria do movimento, fortalecimento e a unidade da classe trabalhadora e assim por diante”.
Além das palestras, durante o seminário foi organizado uma dinâmica de grupo na qual dirigentes sindicais e trabalhadores das entidades puderam debater sobre os diversos temas levantados e apresentar propostas que possam ser postas em prática.
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